quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

POEMA DA DOR EXTREMA



POEMA DA DOR EXTREMA
Recife, 17/12/1981.

Não, não pedirei que fiques
Teu coração já não está aqui
Se ficares seremos dois infelizes
Seremos quatros olhos e um pranto.

Podes ir e leves tudo, tudo mesmo
Os livros, os discos, as flores do jarro
Podes levar tudo
Se sem ti nada ficaria porque deixar?

Meus sonhos? Meus pesadelos?
Meu violão? Minha xícara?
Meu prato e meu talher
Nada importa...

Mas insistes? Então deixa ali
Bem ali no recanto da parede
Podes deixar um pedaço de papel
Deixes também um lápis

Não, não vou escrever nada
Quero apenas lembrar dos poemas que já ti fiz